quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Retomando

Meus compromissos e um pouquinho de fadiga me forçaram a parar o blog por um tempo(ão).
Como o Brasileirão está acabando, acho que não vale a pena postar naspróximas semanas. Devo fazer um post gigante de comentário sobre o campeonato, quando este se encerrar. Depois, só acompanhamento de transferências e análise de planejamento intertemporada. Nada de mais, só pra ir aquecendo para o ano que vem. Aí sim voltarei com força.
Também receberei um reforço: meu irmão. É futuro jornalista e já tem a manha. E ainda escreve baldes*.
Até mais.
* Expressão caipira que indica grandeza, tanto em quantidade como em qualidade.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Porquê eu acredito no Santos

Não é por causa de Robinho. OK, é por causa de Robinho. Mas é um pensamento recente, essa minha crença. Também não é por causa do clássico. OK, é por causa do clássico. Mas não só.

Nas últimas partidas, o alvinegro vem se portando brilhantemente, e destacando-se em meio à mediocridade dos rivais. Não que fosse algo previsível, especialmente para mim. Como não tenho bola de cristal nem diploma de matemático, poderia apenas fazer suposições, baseado no que sabia e via. Mas parece que soube e vi pouco, pois nada ocorreu como pensava.

Não acreditava que Felipe teria cacife para assumir o gol. Até teria boas atuações, mas achava-o muito inexperiente para o fardo. Também me preocupava com a defesa, pois os zagueiros eram recém-contratados, e os laterais feitos de vidro. Pensava que Rodrigo Souto seria insubstituível, e que o elenco era desequilibrado. Finalizando o time, também sentia a falta de um atacante de respeito. Não um camisa 9 matador e artilheiro, mas ao menos um pirulão da vida, alguém razoavelmente maior que André.

Dorival merece um parágrafo à parte, mas não quero perder a fluidez do texto. Limito-me a dizer que, apesar de acreditar em seu potencial como técnico, via sua recente passagem pelo Coritiba com receio.

Errei feio.

Analisando os dados do UOL Esporte, percebo que Dorival realizou uma abordagem precisa das necessidades do time na pré-temporada. Pelo relatório do portal, vejo que os treinos puramente táticos ocuparam mais de 20% das 32h55min de preparação. O enfoque físico nos atletas fora de forma foi óbvio, deixando-os aptos a jogar rapidamente. Os jogos-treino deram lugar aos treinos técnicos, pouco necessários num time de tão grande qualidade.

Como uma boa preparação é 50% do sucesso, ele veio rapidamente. Não levemos em consideração os pontos conquistados (por sinal, muitos!), mas o desempenho da equipe. Júnior soube explorar o melhor de cada jogador, sintetizando-os numa idéia de jogo(como havia feito no Coritiba, fator que eu tinha ignorado). Wesley teve crescimento vertiginoso, se tornando o lateral que nunca tinha sido no Atlético. André passou a ocupar bem a posição de centroavante, se movimentando e abrindo espaços para as penetrações dos meio-campistas. Rodrigo Mancha é eficientíssimo, bem mais do que era no Coritiba (sob o comando de Dorival, inclusive). Além, claro da dupla Dracena-Durval, na minha opinião uma das mais confiáveis do país.

Não é aceitável, analisando o sucesso do Santos, não falar sobre Ganso e Neymar. Muito já foi falado sobre ambos os garotos, desde comparações impossíveis até incoerências ideológicas. Mas o fator que acredito ser o diferencial dos dois é a capacidade de decisão. Não necessariamente num drible, numa jogada de efeito, mas num passe simples, num chute certo. Fato é que Ganso e Neymar conseguem acabar com um jogo sozinhos. Num morno futebol paulista, se aliam a Marcelinho Paraíba, Ronaldo e Geovane (isso mesmo, do Mogi Mirim) como jogadores fora do padrão, capazes de quebrar o encaixe tático e técnico de uma partida.

Me sinto inferior como admirador do futebol ao perceber que menosprezei uma equipe de nível tão diferenciado. No futuro, devo me lembrar; vou anotar num post-it, grudarei na tela do computador: “Nunca menospreze Dorival Júnior, muito menos o futebol”. Afinal, são poucas equipes, na verdade nenhuma, que se dão ao luxo de ter Marquinhos e “Messias” no banco de reservas. Ah, e que têm Robinho.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O novo mordomo do sheik

Finalmente! Em um momento de lucidez, nesse sábado, a diretoria do Manchester City decidiu demitir o técnico Mark Hughes, que não vinha realizando um trabalho nada bom à frente dos Sky Blues. Pessoalmente, Hughes como técnico não me agrada desde que ele treinava o meu querido Blackburn Rovers(apesar de quase ter sido rebaizado após a saída do galês).
No entanto, não sei se concordo com o momento da demissão nem com o substituto, Roberto Mancini. O italiano não tem muitos bons trabalhos na carreira, apesar de ter sido tricampeão na Internazionale. O momento do futebol no país era conturbadíssimo, e não permitia a avaliação plena de um técnico nem de um time. Pode vir a ser um bom técnico, mas ainda não provou ser tudo o que dizem que é.
Também considero a demissão de Mark Hughes, no momento atual, um pouco impulsiva e amadorística. É verdade que o time estava mal, mas a confiança tinha sido dada ao técnico no começo do campeonato. Em adição, não haviam nomes tão interessantes disponíveis no mercado. Talvez ao fim da temporada conseguissem um Felipão, um Mourinho, um Guus Hiddink...
Mas não condeno o trabalho de Roberto Mancini ao fracasso mesmo antes de ele assumir. Torço plenamente pelo italiano, até por ter uma certa simpatia pelo City. Só acho que o time merece um técnico à altura.

Culpem os culpados II: Torcidas organizadas e a violência

Quando se fala sobre violência nos estádios, alguns grupos são sempre apontados como culpados: as torcidas organizadas. Uma pesquisa realizada pela TNS Sports revelou que se essas organizações fossem banidas dos estádios, 61% da população supostamente iria assistir partidas no estádio.
Mas, como blogueiro e frequentador de estádios, tomo o direito de questionar a eficiência do banimento das torcidas organizadas. É importante ressaltar que não faço parte de uma, e nem pretendo. Também sou completamente contra as ações de intolerância e violência praticadas por alguns torcedores. Minha opinião é plenamente imparcial e sempre buscando a justiça.
Os vândalos/brigões/invasores são, na verdade, fanáticos pelo seu time, mas com fracas noções éticas e de cidadania. Ao contrário do que dizem muitos jornalistas, são sim reais torcedores. Por muitas vezes, são sim membros de torcidas organizadas (e não facções, como muitas vezes é divulgado na grande mídia). Mas são apenas uma parcela dessas organizações
Se as organizadas fossem proibidas nos estádios, esses vândalos/brigões/invasores continuariam indo aos jogos, e continuariam a realizar atos de violência, intolerância e vandalismo. Utilizariam-se de outras formas para combiná-los, mas não mudariam sua postura. O banimento só estaria prejudicando os torcedores éticos, que não estariam sendo autorizados a demonstrar, em massa, sua paixão pelo clube.
Tenho duas propostas, que acredito que resolveriam o problema, e que buscariam os reais culpados:
> A primeira, óbvia, é reforçar a segurança nos estádios através da força policial, capacitando-a para lidar com situações de risco. A troca de experiências com os responsáveis pela segurança em outros países poderia ser bem interessante, bem como o treinamento especializado do contingente designado para os estádios.
> A segunda é diretamente relativa às torcidas organizadas. Esses grupos poderiam se tornar associações oficiais em relação ao clube, recebendo uma espécie de licitação. Os grupos teriam o dever de combater a violência internamente, expulsando elementos que não tenham como intenção principal apoiar o time. O grupo que tivesse envolvido em alguma ação violenta, tanto no estádio quanto em toda a cidade, teria sua "licitação" cassada.
Acredito que essa medida poderiam "filtrar" as organizadas, buscando afastar mal-intencionados desses grupos e assim melhorar a imagem dos mesmos.
Tenho plena ciência que muitos não concordarão com minhas idéias, e minhas medidas serão consideradas ineficientes por esses mesmos. No entanto, considerava ser primordial expor minha opinião num momento em que os estádios não são um ambiente de diversão para toda a família, mas sim campos de guerrilha entre alguns ignorantes.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Culpem os culpados

Na última rodada do Brasileirão, no jogo que sacramentou o rebaixamento do Coritiba, alguns marginais invadiram o gramado do Estádio Couto Pereira, e causaram tumulto, agressões e violência na forma mais pura.
Esperava-se que todos os responsáveis tivessem uma punição exemplar, e que fossem devidamente penalizados pelos atos de vandalismo que realizaram. Mas, estamos no Brasil, e isso obviamente não aconteceu.
De apenas 18 invasores presos, dez já foram liberados, e outros estão quase livres. A busca pelos outros responsáveis já se encerrou, e esses dezoito foram os acusados por tudo. Para piorar a situação, o STJD puniu o Coritiba com a perda de 30(!) mandos de campo em competições organizadas pela CBF. Ou seja, Coritiba no Couto só em 2011.
Mas qual a real responsabilidade do clube numa situação como essa? Quem tem a obrigação de prover segurança a torcedores, jogadores e jornalistas, num estádio de futebol, é a Polícia Militar. Por motivos diversos, a PM não vem cumprindo com eficiência seu papel, e os estádios têm se tornado ambientes inóspitos para todos.
Obviamente, os policiais não têm como realizar seu trabalho sozinhos, sem o apoio do governo e do clube. É função de toda a sociedade buscar soluções para a violência nos estádios, que deveriam ser um local de diversão e lazer para toda a família. Portanto, é injusto punir o clube e a grande maioria dos torcedores pela ação de alguns poucos. Que, por sinal, não serão punidos.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O time mais estadunidense do Brasil

Nos últimos tempos, talvez só São Caetano e Santo André tiveram tão impressionante crescimento como do Barueri. Em poucos anos, montou uma base consistente, firmou seu nome entre os times médios do estado de São Paulo e chegou à primeira divisão do Brasileiro, fazendo campanha bastante interessante. Ao contrário do que muitos pensavam, em nenhum momento flertou com o rebaixamento.
Para este blogueiro que escreve este post, parecia ser um alento. Será que, finalmente, após muitos anos, surgiria um time novo no Brasil que não fosse apenas balcão de empresários, como Guaratinguetá e Desportivo Brasil? Um time que, apesar de não ter muitos reais torcedores, pelo menos tinha o apoio e carinho dos moradores da cidade?
... Não.
Na segunda semana de dezembro, o Grêmio Barueri praticamente encerra, definitivamente, as relações harmônicas com a prefeitura de Barueri, vende sete titulares(os bons titulares, à exceção de Val Baiano) e anuncia que pode se mudar para Presidente Prudente(!).
Me sinto profundamente desapontado. Parece que o time é, realmente, uma franquia de empresários. Como muitos times estadunidenses de basquete, futebol americano, beisebol e hóquei, os empresários donos do time mudam a cidade-sede da equipe como mais lhes apetece. E os torcedores? É, os torcedores ficam de mãos abanando. Se o Grêmio Barueri, que agora se chamará Grêmio Prudentino, teve em algum momento a intenção de ser um time de verdade, essa intenção acabou.
Espero, honestamente, que algum dia possa surgir alguém com dinheiro e vontade de fazer um time de verdade. Porque estou realmente cansado dos mesmos de sempre, com a mesma mentalidade da época da fundação.
Espero, mas não acredito muito.

A Novela Andrade

Com a demissão de Cuca, o foi oficializado como técnico do Flamengo o ex-auxiliar Andrade, que já havia assumido o time em outras ocasiões(sem muito sucesso, por sinal). A equipe teve uma fase bem ruim logo em seguida, fato que quase causou a demissão do ex-jogador. Mas Petkovic e Zé Roberto resolveram jogar, Andrade achou o esquema ideal e o time se ajeitou. No dia sete de dezembro, o Flamengo vence o Grêmio no Maracanã e é campeão brasileiro pela sexta/quinta vez. Na manhã seguinte, iniciam-se as eleições para presidente, que acabam por nomear Patrícia Amorim como dona do cargo. Na posse, a ex-nadadora afirmou categoricamente que o clube não gastaria mais do que a dívida monstruosa permitisse.
Mas pra toda festa tem uma ressaca. Na semana seguinte À conquista, iniciaram-se as negociações para a renovação de contrato de Andrade. Então, começou o impasse. A diretoria flamenguista ofereceu 120% de aumento, passando o salário do ex-auxiliar de R$50 mil para R$110 mil. Um boa grana, importante dizer. Segundo a presidente, foi oferecido o que o orçamento para 2010 permite. Andrade não gostou, pois queria ganhar 250 mil ao mês.
Na terça-feira, quinze de dezembro, durante a noite, Andrade anuncia que não chegou a um acordo com a diretoria, e que no momento estaria mais perto das Arábias do que do Flamengo. Porém, reviu a decisão, e na quarta-feira de manhã anuncia que fica no Flamengo, mas com uma profunda mágoa em relação à diretoria do clube.
Honestamente, concordo com Patrícia e com a direção flamenguista. Se o clube tem, realmente, R$400 milhões em dívidas, não há como gastar tanto com o técnico. No entanto, há de haver justiça, e deve-se evitar a desvalorização do papel do treinador. Para que ambas as exigências sejam cumpridas, essa redução de gastos com salários deve atingir também o grupo de jogadores. Vender alguém para a Europa? Se livrar de Dênis Marques? Reduzir o salário fixo e aumentar as bonificações de todos? Que seja. Mas não é certo nem justo fazer a crise econômica do clube cair no colo do treinador, apenas.
Em adição, temos de ressaltar que R$ 250 mil é um valor muito alto para um técnico como Andrade. Por mais que ele tenha conquistado o título e ajeitado magnificamente a equipe, ainda não é um nome consagrado no mercado. Não pode ser considerado uma aposta, mas ainda não é um top de linha. Dorival ganhava 280 mil no Vasco na segunda divisão? Ganhava. Mas Dorival é extremamente qualificado, e vem fazendo bons trabalhos há algum tempo.
Pessoalmente, gosto muito de Andrade, tanto pela maneira como monta o time como por ter provado que técnico bom não precisa ser mal-humorado. Mas precisa provar sua qualidade na pré-temporada, num campeonato de pontos corridos inteiro, numa LIbertadores. Torço profundamente para que Andrade seja bem-sucedido nessas competições, e que seja considerado um dos grandes técnicos brasileiros. Mas, no momento, ainda não é.
Por tudo isso, 110 mil reais por mês está ótimo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ressaca

Após um grande (e muito aproveitado) período de férias, o blog volta à toda, falando de quase tudo, desde planejamento dos clubes brasileiros até Copa Africana de Nações.
A esperança é de termos 5 posts por semana, no mínimo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma questão de planejamento

Com a derrota do Brasil(justíssima, por sinal), voltaram as discussões a respeito de jogos na altitude. Dizem que é uma questão de saúde, de politicagem, de não sei mais o quê. Na verdade, é uma questão simples, de acomodação.
Dunga, depois da partida, disse que é uma questão de costume, de preparação. Concordo. Não são desumanos os jogos na altitude, pois os bolivianos que jogam no exterior não têm falta de ar. A diferença é que estão treinando há mais tempo que os brasileiros nessas condições. O que a CBF deveria ter feito era marcar a preparação para o jogo num campo na Bolívia, não no Brasil. Não tem sentido, antes de um jogo na altitude, fazer a apresentação em Teresópolis. Equador, Venezuela, Chile, Uruguai e Colômbia fizeram uma preparação adequada, e ganharam ou perderam em La Paz.
Além da altitude, o Brasil perdeu por outros motivos, é importante ressaltar. Cheio de reservas, a equipe, talvez muito pelo estilo de jogo, não conseguia ficar com a bola nem construir jogadas. Ramires, Diego Souza e Daniel Alves foram muito mal, e os laterais estavam presos. E o Dunga continua insistindo no Daniel Alves como lateral esquerdo(como jogou no segundo tempo). Ô teimosia! Não sei se ele se lembra, mas Daniel não foi importante contra a África do Sul pelo seu desempenho com lateral esquerdo, mas pela falta muito bem batida. É melhor manter o André Santos.
É preciso que alguns comentaristas deixem de ser tão senso comum e que avaliem bem as situações, prestando atenção nos argumentos dos dois lados. Quem ganhou foi a Bolívia, não a altitude.

Não duvido de mais nada...

No site da ESPN Brasil, foi noticiado que Leonardo , técnico do Milan, em sua visita ao Brasil, foi à procura de jogadores para o time italiano. O primeiro a interessar o milanista foi Neymar do Santos, mas Marcelo Teixeira pediu muito alto:30 milhões de euros. Com isso, Leonardo resolveu procurar uma opção mais barata: OBINA!
Isso mesmo, você não está lendo errado. O Milan acaba de desistir da temporada, e de renunciar publicamente ao título de time grande. Não sei quem está brincando, eu ou Leonardo...
De qualquer modo, algo de bom, pois finalmente resolveremos o dilema: Obina é melhor que Eto'o?